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por Dreisse Drielle
Você tinha mesmo que aparecer com
aquela sua camisa pólo que dizia “olha como eu estou mais bonita agora!”, não
é? Você sabe que ela ainda tem o nosso cheiro e não, eu não estou pronta para
me desfazer de você ainda. Então por que você me chamou para sairmos naquela
noite? Justo naquela noite de sábado triste e vazia? Por que você resolveu
aparecer com aquele seu sorriso canto de boca que diz que é só eu chamar que
você vem? Com aquele seu charme e seu jeito que diz que você simplesmente não
vale o chão que você pisa e muito menos dá valor aos corações que frequenta.
Foram tantos, não é? E eu me
pergunto aqui o que de fato você faz com todos eles. Deduzo eu que você tenha
um depósito que muito mais que acumular presentes, nele você guarda cada um dos
corações que recebe. E eu aposto o meu coração (que por sinal, não foi entregue
a ti) que você nem sequer guarda todos os outros com devido cuidado e não sabe
nem sequer quem são as respectivas donas.
Não sei como você ainda consegue
arrancar o sorriso de tantas por aí. Conquistar tantas, encantar tantas. Se
perder entre tantas garotas. Já parou para pensar se fosse ao contrário? Dê-me
seu sorriso que em troca eu te devolvo uma lágrima. Não, você não ia gostar.
Mas acontece, meu bem, que apesar de tudo você deixou um mísero aprendizado:
Caras como você me ensinaram o quanto pessoas assim não merecem o mínimo do
respeito de qualquer garota, mas acabam seduzindo por aquela conversa boa de
fala mansa ao pé do ouvido. Você realmente sabe como fazer isso e eu, já no meu
limite, cheguei ao máximo que alguém pode agüentar. Eu resisti e salvei o que
tinha de mais precioso por aqui. E é engraçado ver como você, delicadamente,
tentou me reconquistar e nem sequer conseguiu.
Sutileza não deveria ser seu
segundo nome, mas acontece que é. Você aparece na minha porta, me pede para
olhar as estrelas, tenta me roubar um beijo e me chama para darmos uma volta.
Já conheço o filme, meu bem. Eu já li esse livro antes. E eu recusei seu
convite naquela noite. E senti-me a garota mais orgulhosa do mundo por manter a
voz firme e dizer um “não, estou muito ocupada”. Você me olhou surpreso. Tentou
mais um beijo e eu não pude resistir. No meio daquele beijo simples e vazio,
dei uma risada interna porque agora era você quem estava encantado demais para
abrir mão de mim. Você me olhou, deu um sorriso e eu disse “tchau”.
Odiei a sensação que ficou em mim
depois. Odiei te ver entrado naquele carro certo que iria atrás de outra garota
para salvar sua noite. Odiei saber que eu me arrependi com todas as minhas
forças por não ter me entregado mesmo que soubesse que por fim eu ficaria em
casa lamentando. Mas acontece que eu
amei o gostinho de vingança que restou em mim depois. E, meu querido, te espero
na semana que vem. Aparece com aquela sua blusa branca da próxima vez, viu? Aquela
que eu deixei uma marca de batom na semana passada.
Imagem: We Heart It
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